Quanto tempo leva para diminuir os níveis de enzimas hepáticas?
Não existe um tempo específico para conseguir uma diminuição das enzimas hepáticas devido a certos processos patológicos. Depende de uma série de fatores como a gravidade da doença e suas causas. Somente se os pacientes seguirem as recomendações do médico (medicamentos, dieta adequada e exercícios) é que será possível recuperar o fígado em um ou dois meses.
O fígado é uma glândula importante porque ali não só é realizada a síntese de proteínas, mas também a desintoxicação de uma série de compostos que devem ser eliminados do nosso corpo. Contém um grande número de enzimas, mas as de maior interesse são as transaminases, fosfatase alcalina, gamaglutamiltranspeptidase e 5’ND.
As transaminases são enzimas que realizam reações de transaminação (consiste na transferência do grupo amino de um aminoácido doador para um aceitador de cetoácido, tornando-se o aminoácido doador um cetoácido e o aceitador de cetoácido em um aminoácido) dando origem a aminoácidos e cetoácidos diferentes dos originais. No fígado foram detectadas nada menos que 60 reações de transaminação, mas as únicas transaminases com valor clínico são GOT e GPT.
Estas enzimas não são específicas do fígado e também são encontradas nos músculos, coração, pâncreas e cérebro. O GOT é constituído por duas isoenzimas, uma citoplasmática e outra mitocondrial, enquanto o GPT é exclusivamente citoplasmático. As concentrações normais destas enzimas no plasma traduzem a destruição normal das células que as contêm, a relação normal GOT/GPT é de cerca de 1,3.
Em todas as doenças hepáticas que apresentam necrose celular há hipertransaminasemia, tanto mais intensa quanto mais aguda é a lesão. A hepatite viral e tóxica e, mais raramente, a insuficiência cardíaca de início súbito e o choque hepático, produzem frequentemente níveis mais de 10 vezes superiores ao normal.
O achado de elevação moderada das transaminases (menos de 10 vezes os valores normais) é mais difícil de interpretar e pode corresponder à hepatite aguda ou crónica, à fase de regressão da hepatite aguda, mas também à cirrose, à doença biliar ou a muitos outros processos. Uma relação GOT/GPT superior a uma unidade com hipertransaminasemia moderada sugere doença hepática alcoólica ou neoplásica.
Gamaglutamiltranspeptidase:O tecido mais rico nesta enzima é o rim, seguido pelo pâncreas, fígado, baço e pulmão. Localiza-se nas células das membranas, principalmente do retículo endoplasmático liso, nos microssomas, na fração solúvel do citoplasma e nos ductos biliares. Os valores séricos normais de γGT diferem em ambos os sexos, sendo mais elevados nos homens do que nas mulheres. O γGT aumenta na maioria das doenças hepáticas, portanto sua especificidade é baixa. A γGT é uma enzima altamente sensível, aumenta em menor ou maior grau em todas as hepatobiliopatias, os maiores aumentos são observados em processos obstrutivos ou neoplásicos, também está aumentado nas hepatites. Os aumentos mais importantes são observados nos processos tumorais, na colestase intra-hepática ou extra-hepática por proliferação de vias biliares, além de sua síntese ser induzida pelo álcool e também pelos barbitúricos.
O γGT é um parâmetro muito útil para o controle de pacientes alcoolistas, embora também possa traduzir a exposição a toxinas industriais. A interrupção do consumo de álcool, na ausência de outras causas de indução enzimática, é seguida de redução imediata dos níveis plasmáticos de γGT, até normalização completa após 6-8 semanas.
Fosfatase alcalina:Esta enzima tem diversas origens (fígado, rim, placenta, intestino, ossos, leucócitos), embora as fontes mais importantes sejam o fígado, ossos e intestino. Durante o crescimento, os níveis séricos ficam elevados devido ao aumento da fração óssea, o que traduz a atividade osteoblástica no osso.
O mesmo acontece durante a gravidez, principalmente no terceiro trimestre, em que as elevações são devidas à fosfatase alcalina de origem placentária.
O aumento da fosfatase alcalina de origem hepática revela obstrução biliar intra ou extra-hepática, com icterícia (amarelecimento da pele e mucosas, produzido pelo aumento da bilirrubina acima de 2 mg/dl) ou sem ela, ou ainda a existência de processo granulomatoso hepático expansivo, infiltrativo ou de natureza natural.
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