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Os distúrbios hepáticos vasculares ocorrem devido à oclusão dos vasos sanguíneos envolvidos e geralmente são raros. As lesões podem ser classificadas em lesões pré-hepáticas, hepáticas e pós-hepáticas. A trombose da veia porta é uma lesão pré-hepática, enquanto a hepatopatia cardíaca é um exemplo de lesão pós-hepática. As lesões hepáticas são subdivididas em pré-sinusoidais; por exemplo venopatia portal obliterativa, sinusoidal; por exemplo síndrome de obstrução sinusoidal e lesões pós-sinusoidais; por exemplo sendo a síndrome de Budd-Chiari. A trombose da veia esplâncnica é usada para descrever a combinação de síndrome de Budd-Chiari, trombose da veia porta, trombose da veia mesentérica e/ou trombose da veia esplênica.
A trombose da veia hepática, também conhecida como síndrome de Budd-Chiari, é a formação de trombo (coágulo sanguíneo) na veia hepática principal. É a obstrução do fluxo venoso hepático, incluindo as pequenas veias hepáticas para toda a veia cava inferior hepática e supra-hepática. A trombose da veia hepática ocorre em 1 em cada 100.000 pessoas e comumente ocorre mais em mulheres do que em homens.
O que causa a trombose venosa hepática?
A etiologia da trombose venosa hepática pode ser dividida em etiologia primária e secundária, embora cerca de 30 a 50% dos casos de trombose venosa hepática sejam idiopáticas, ou seja, não tenham causa identificável. A trombose venosa hepática primária ocorre devido à obstrução de lesão intraluminal, como trombose e/ou endoflebite. O principal fator etiológico da trombose venosa hepática primária é o distúrbio mieloproliferativo que está presente em cerca de 40 a 50% dos indivíduos. A trombose secundária da veia hepática ocorre devido à compressão extra luminal por estruturas externas, como cistos, abscessos ou tumores. Outras causas de trombose da veia hepática são geralmente trombofilia hereditária ou adquirida.
Na trombose congênita da veia hepática, o indivíduo nasce com deformidade da veia hepática e, portanto, pode levar ao distúrbio e se apresentar na infância.
A trombose pode ocorrer devido a distúrbios de coagulação sanguínea, como deficiência de proteína C, proteína S e/ou síndrome de fosfolipídios.
A trombose da veia hepática também pode ocorrer devido a medicamentos como contraceptivos orais, imunossupressores e/ou alcalóides pirrolizidínicos (encontrados em certas ervas, como confrei e borragem).
Também pode ocorrer devido a uma lesão/trauma nas veias hepáticas que pode levar ao coágulo sanguíneo na veia hepática.
A exposição excessiva e prolongada das veias hepáticas à radiação também pode levar à trombose das veias hepáticas, como a radioterapia para câncer.
A trombose da veia hepática também pode ser causada por certos tumores que podem comprimir a veia hepática, levando à formação de coágulos sanguíneos na veia hepática. Os cânceres geralmente associados a ele são câncer de fígado, rim, ducto biliar, pâncreas e adrenal.
Certos distúrbios médicos, como trombofilia, anemia falciforme, síndrome de Behçet e hemoglobinúria paroxística noturna, também aumentam a tendência do sangue a engrossar, aumentando assim a chance de formação de coágulos sanguíneos na veia hepática.
A trombose da veia hepática também pode ser observada em infecções como a tuberculose, bem como em mulheres grávidas.
Sintomas de trombose venosa hepática
A trombose venosa hepática tem uma tríade clássica dehepatomegalia(aumento do fígado),ascite(acúmulo de líquido no abdômen) edor abdominal(presente principalmente no quadrante superior direito do abdômen). Pode variar desde ser assintomático até apresentarinsuficiência hepática. Outros sintomas incluemnáusea,vômito, hematêmese, dor epigástrica súbita, esplenomegalia, distensão da veia colateral abdominal, icterícia, varizes esofágicas e tendência a sangramento, inchaço dos membros inferiores, hipertensão portal, perda de peso inexplicável e/ou encefalopatia.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito com base no histórico médico, exame físico e exames de sangue, incluindo testes de função hepática. O diagnóstico definitivo é feito por meio de exames de imagem comoultrassom,Tomografia computadorizada, umressonância magnéticae às vezes é indicada uma biópsia hepática.
O tratamento da trombose venosa hepática inclui a identificação da causa e o manejo dos sintomas com o objetivo de reduzir o acúmulo de líquidos no abdômen e nas pernas com o auxílio de comprimidos de água. Terapia anticoagulante, trombólise, angioplastia, shunt portossistêmico intra-hepático transjugular (TIPS), shunts cirúrgicos e transplante de fígado fazem parte do tratamento da trombose da veia hepática. Os avanços no manejo melhoraram o resultado da trombose venosa hepática, com uma taxa de sobrevida de 90% em cinco anos.
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