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O vírus da hepatite A é uma das causas mais frequentes de infecção alimentar. A doença está intimamente associada à falta de água potável, ao mau saneamento e à falta de higiene pessoal. Regiões com elevada desigualdade social e carga de pobreza, onde não foi realizada lavagem adequada das mãos; superlotação, deficiências nutricionais e escolaridade foram identificadas como variáveis com associação causal significativa.
A distribuição é mundial e ocorre de forma esporádica e epidêmica. Nos países em desenvolvimento, os adultos tendem a ser imunes e as epidemias são raras. Em locais onde o saneamento é deficiente, a infecção é comum e aparece mais cedo.
As melhorias no saneamento, na higiene pessoal e na vacina contra a Hepatite A são as medidas mais eficazes para combater a doença. Os vírus da hepatite A persistem no meio ambiente e podem resistir aos processos de produção de alimentos.
É importante destacar o fato de que Argentina, Uruguai, Panamá, Estados Unidos e algumas províncias do Canadá introduziram a vacina contra o vírus da hepatite A nos esquemas de vacinação.
Cabe esclarecer que existe um elevado sub-registro de casos; para cada caso notificado, espera-se um mínimo de quatro casos não notificados. Quanto aos novos casos de infeção, por cada novo caso são esperadas 2 a 4 novas infeções.
Como é causada a hepatite A?
O vírus da hepatite A é transmitido principalmente pela via fecal-oral, ou seja, quando uma pessoa não infectada ingere alimentos ou água contaminados pelas fezes de uma pessoa infectada.
Geralmente é transmitido por contacto de pessoa para pessoa ou contactos familiares próximos ou institucionais, onde as crianças e jovens têm um papel importante na disseminação; também é transmitido através de uma fonte comum pela ingestão de água ou qualquer alimento contaminado.
Ter sofrido de Hepatite A torna-se motivo de exclusão para ser considerado doador de sangue e órgãos, o que representa uma perda adicional para a sociedade.
Apresentação Clínica
A infecção pelo vírus da hepatite A tem período de incubação de 15 a 50 dias (média de 30 dias), período relativamente longo, o que dificulta muito as medidas de controle. Em geral, o início dos sintomas é agudo e clinicamente a doença costuma ser dividida em dois períodos:
Fase pré-ictérica:é caracterizada por febre de 38 – 40,5º Celsius; nas crianças é moderada e muitas vezes ausente, mas nos adolescentes e adultos pode durar até cinco dias. A febre pode ser acompanhada dedor de cabeça, astenia (fraqueza),vômito,dor abdominale eventualmentediarréia. Nas crianças, a sintomatologia nesta fase é menos intensa.
Fase ictérica: Icteríciaocorre (cor amarelada da pele e mucosas), a febre regride e pode haver colúria (urina de cor intensa) e acolia (matéria fecal branca). Em adolescentes e adultos os sintomas da fase pré-ictérica, especialmente os vómitos, são exacerbados.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a hepatite A e o seu manejo é o suporte ambulatorial. Recomenda-se que o paciente fique em repouso durante a fase aguda da doença, pois a inflamação do fígado pode aumentar a gravidade da doença. Pessoas com hepatite aguda devem evitar álcool e qualquer substância tóxica para o fígado, incluindo paracetamol.
O equilíbrio hidroeletrolítico e nutricional também deve ser levado em consideração. O tratamento médico é sintomático para dor, febre e desconforto geral.
Complicações
Hepatite recorrente:ocorre em 10% dos casos, um a quatro meses após o episódio inicial, raramente repetido mais de uma vez. A doença se resolve completamente entre 16 e 40 semanas, as recidivas dependem do estado imunológico do paciente.
Hepatite fulminante:A frequência descrita é de 0,3 a 0,4%; o fator de risco é a presença de hepatite A em idades mais avançadas.
As complicações da hepatite fulminante são edema cerebral, sepse, sangramento gastrointestinal e hipoglicemia.
O vírus da hepatite A também pode se espalhar através de objetos contaminados se entrarem em contato com a boca. Outra forma de transmissão da doença é pela ingestão de alimentos e água contaminados.
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