A doença pulmonar intersticial é contagiosa?

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A doença pulmonar intersticial é contagiosa?

A pneumonite intersticial habitual (fibrose pulmonar idiopática) não é contagiosa. Uma lesão é produzida no alvéolo que estimula a fibrose. A causa é desconhecida, mas não é de causa infecciosa, portanto: não se espalha e se torna contagiosa.

As doenças pulmonares intersticiais difusas (DILD) constituem um grupo muito heterogêneo de condições que apresentam manifestações clínicas, radiológicas e funcionais, nas quais as principais alterações anatomopatológicas afetam as estruturas alvéolo-intersticiais, ou seja, afetam o epitélio, as paredes alveolares, o endotélio capilar e o tecido conjuntivo (perilinfático e perivascular) compreendido entre os septos e localizado no tecido peribronquiolar.

São conhecidas mais de 150 entidades, embora só seja possível identificar o agente causal em cerca de um terço dos casos. Três grupos são distinguidos. O primeiro grupo é constituído pela pneumonia intersticial idiopática, de causa desconhecida. O segundo grupo inclui aquelas entidades de causa conhecida ou associadas a outras doenças, incluindo aquelas associadas a doenças do colágeno, causadas por medicamentos, poeira orgânica (alveolite alérgica extrínseca), poeira inorgânica (pneumoconiose) e aquelas associadas a doenças hereditárias. O terceiro grupo é composto por um conjunto de entidades que, apesar de serem idiopáticas, apresentam características clínicas e histológicas bem definidas.

Patogenia

A maioria dessas entidades tem patogênese semelhante. Teorias aceitas no passado sustentavam que, como consequência da ação de um agente causador (conhecido ou não), ocorrem lesões ao nível do epitélio alveolar, ativando as células inflamatórias (macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, mastócitos, linfócitos) e células parenquimatosas (fibroblastos, células epiteliais) que secretam mediadores celulares (citocinas, radicais livres…) que atuam de forma autócrina e/ou forma parácrina, dando origem à inflamação alveolar crônica (alveolite) e ao aparecimento de fibrose pulmonar.

No caso da fibrose pulmonar idiopática, estudos recentes consideram que a inflamação é um fenômeno secundário. As novas teorias postulam que o principal evento no desenvolvimento desta doença seria a lesão celular do epitélio alveolar, o que estimularia a proliferação de fibroblastos e o desenvolvimento de fibrose. Isso explicaria de certa forma a ineficácia dos tratamentos antiinflamatórios baseados no uso de corticosteróides.

Nem todos os DILD levam à fibrose pulmonar, existem certos fatores que modulam a evolução da alveolite para a fibrose pulmonar.

Dentre eles, destacam-se a natureza do agente etiológico, a integridade da membrana basal do interstício pulmonar, a predisposição genética e os fatores hereditários.

Características clínicas

Geralmente ocorre após os 50 anos, com início insidioso, na forma de dispneia progressiva e tosse seca. No exame físico, os médicos encontrarão velcro do tipo crepitante em 90% e acropaquia em 20-50% dos casos. Existe uma forma de fibrose pulmonar familiar que afeta dois ou mais membros da mesma família, com características semelhantes, mas com início mais precoce.

Os estudos radiológicos mostram infiltrados reticulares periféricos mais acentuados nas bases associados a faveolamento e perda de volume dos lobos inferiores e extensa distorção arquitetônica.

Fatores de Risco

Tabaco: Algumas entidades ocorrem com maior frequência em fumantes, como pneumonia intersticial descamativa, bronquiolite respiratória-doença pulmonar intersticial e histiocitose X. Os fumantes são menos suscetíveis a apresentar sarcoidose ou pneumonite de hipersensibilidade.

História de tabagismo pode levar à coexistência de doença pulmonar obstrutiva crônica.

Idade e sexo: Algumas DILD são mais frequentes entre os 20-40 anos de idade, como é o caso da sarcoidose e da histiocitose X. Pelo contrário, a maioria dos pacientes com fibrose pulmonar idiopática (FPI) tem mais de 55 anos. A linfangioleiomiomatose ocorre exclusivamente em mulheres em idade fértil.

Ocupação, hobbies, viagens, meio ambiente: Histórico de exposição, sua duração e se realizou proteção respiratória.

Antecedentes familiares: 5% da FPI pode ser transmitida na família. A microlitíase alveolar, a esclerose tuberosa e a neurofibromatose são exemplos de DILD com história hereditária.

Tratamentos anteriores:Quimioterapia, radioterapia. Existe uma ampla lista de medicamentos capazes de causar doenças intersticiais.

  • Consumo de drogas.
  • Sintomas de doenças sistêmicas.
  • Fatores de risco paraHIV, devido a possíveis doenças oportunistas.

Existem três grupos bem distintos de doenças pulmonares intersticiais, a maioria delas de causa desconhecida.

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