Quais são as causas da hepatite autoimune?

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A Hepatite Autoimune é definida como uma doença necroinflamatória do fígado, geralmente crônica e progressiva, de causa não bem conhecida. Esta doença é caracterizada pela presença de alterações imunológicas, entre as quais estão a hipergamaglobulinemia, a presença de autoanticorpos e, geralmente, boa resposta ao tratamento imunossupressor. A apresentação clínica é muito variável, sob a forma de doença aguda, fulminante ou, pelo contrário, assintomática ou pouco ativa.

Quais são as causas da hepatite autoimune?

Atualmente a etiologia da doença é desconhecida; suspeita-se que em indivíduos geneticamente predispostos algum agente ambiental ative o sistema imunológico contra antígenos hepáticos, causando inflamação crônica progressiva. Nenhuma evidência clara foi encontrada sobre quais ou quais são os possíveis desencadeadores da resposta imune contra os próprios antígenos do fígado.

Estes são os agentes mais implicados: vírus como os da hepatite A, B ou C, o vírus Herpes Simplex tipo I ou vírus do sarampo e diversos medicamentos ou toxinas ambientais, que podem desencadear toxicidade hepática por mecanismos imunológicos.

Um dado importante para o diagnóstico da doença é a presença de autoanticorpos, embora sua implicação patogênica não seja clara.

A hepatite autoimune foi classificada em dois subtipos levando em consideração estes autoanticorpos:

-O tipo 1 está associado à presença de anticorpos antinucleares (ANA), anticorpos antimúsculo liso (ASMA) ou anticorpos contra antígeno solúvel do fígado/fígado-pâncreas (SLA/LP).

-O tipo 2 está associado a anticorpos contra microssomas hepatorrenais tipo 1 (LKM-1) ou contra proteína citosólica hepática (LC1).

Para o diagnóstico devem ser levados em consideração critérios bioquímicos e imunológicos. Além disso, uma biópsia hepática para avaliação histológica é considerada muito conveniente e frequentemente necessária. Da mesma forma, a resposta ao tratamento imunossupressor representa um importante critério diagnóstico.

Parâmetros Clínicos

Os sintomas são inespecíficos na Hepatite Autoimune, portanto o aparecimento pode ser insidioso, com astenia (fraqueza geral), icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas) e artralgias (dores localizadas nas articulações), mas é muito frequente o paciente estar assintomático (ausência de sintomas) e a suspeita diagnóstica baseia-se na detecção casual de alterações nos parâmetros bioquímicos. Contudo, a apresentação também é frequente na forma de hepatite aguda, ocasionalmente grave ou fulminante.

Predomina no sexo feminino e na maioria dos casos ocorre entre 50 e 70 anos de idade. É frequente sua associação com outras doenças autoimunes, no próprio paciente ou em seus familiares de primeiro grau.

Parâmetros Bioquímicos

Eles também são inespecíficos. Os valores das transaminases (enzimas hepáticas) podem variar de valores normais a concentrações superiores a 50 vezes o limite superior do normal, com bilirrubina variável e pouca ou nenhuma elevação da fosfatase alcalina. Outra característica é o aumento de gamaglobulina e IgG.

O tratamento com corticosteróides induz remissão clínica e histológica em 80% dos pacientes nos primeiros 3 anos de tratamento e reduz ou previne a fibrose hepática em 79% dos casos.

A decisão de tratar pacientes com Hepatite Autoinmune é complicada devido à variedade de apresentações clínicas da doença, ao desconhecimento da história natural da doença moderada assintomática, às recomendações sobre os objetivos do tratamento, à existência de casos de pacientes com intolerância ou refratariedade ao tratamento convencional e à variedade de tratamentos imunossupressores alternativos ao tratamento convencional. Portanto, as decisões de tratamento podem ser orientadas, mas não existem diretrizes de tratamento estabelecidas, uma vez que cada estratégia de tratamento deve ser individualizada dependendo da condição de cada paciente.

A falha no tratamento é definida como piora clínica, analítica e histológica apesar do tratamento. O tratamento consiste na administração de Prednisona em monoterapia na dose de 60 mg/d ou na dose de 30 mg/d em combinação com Azatioprina na dose de 150 mg/d durante 4-6 semanas e posteriormente reduzindo a dose progressivamente a cada mês de melhora clínico-analítica até uma dose de manutenção.

Conclusão

A causa da hepatite autoimune não é conhecida, porém, existe uma certa predisposição genética para desenvolver esta doença. Às vezes é possível identificar um fator desencadeante do tipo infeccioso que inicia o processo inflamatório hepático; ocorre pelo vírus da hepatite A. Certos medicamentos, como nitrofurantoína e minociclina, podem desencadear hepatite autoimune.

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